A visão geral do setor agrifood como ecossistema

O setor israelense de tecnologia AgriFood está ganhando força. A taxa de criação de start-ups mais do que triplicou na última década, com 124 startups fundadas nos últimos três anos e meio – mais do que o total dos seis anos anteriores. Essa tendência representa uma segunda onda de inovação em tecnologia AgriFood, impulsionada por dois fatores: 1. a crescente demanda global por produtos eficientes e tecnologias sustentáveis de produção de alimentos e 2. a força de várias tecnologias desenvolvidas em Israel.

Esse segundo fator se baseia em uma longa tradição de excelência em agricultura, desenvolvida por Israel nos últimos 100 anos – mesmo antes da criação do Estado de Israel – para atender à necessidade existencial de alcançar a segurança alimentar e hídrica em um clima extremamente desafiador.  Também se beneficia do espírito inovador dos agricultores israelenses, que estão prontos para experimentar novas tecnologias, a fim de melhorar sua posição competitiva e abrir novos mercados.

O ecossistema AgriFood Tech é caracterizado pelo conjunto de entidades que orbitam em torno das start ups e impulsionam seu desenvolvimento. Tem como suporte grandes empresas, governo, academia e instituições de pesquisa e desenvolvimento. Como exigência, precisa de recursos fundamentais como capital financeiro (investimentos), capital intelectual (conhecimento) e capital humano (fundadores e funcionários). E sem dúvida, os apoios de organizações como ONGs, comunidades, Hubs, associações, etc.

O setor AgriFood Tech forma um novo ecossistema que apresenta rápido desenvolvimento, exibindo forte empreendedorismo, atividade desenvolvida em bases sólidas de conhecimento e talento altamente capaz. Mas no que se refere aos recursos financeiros, ainda existe uma lacuna: apesar de um aumento substancial dos investimentos, as start-ups ainda contam com financiamento esporádico de investidores oportunistas, que atrasa seu desenvolvimento e retarda sua entrada no mercado. O governo tenta preencher essa lacuna, mas espera-se que o setor cresça mais com investidores privados especializados e parceiros estratégicos.

START-UPS

Dados de meados de 2019, mostram mais de 350 empresas israelenses com tecnologias inovadoras em tecnologias AgriFood,das quais 239 são start-ups.

A taxa de criação de novas empresas acelerou acentuadamente nos últimos anos, com uma média anual de 37 novas empresas em funcionamento desde 2014. Essa tendência representa um número crescente de empresários israelenses que detectam uma oportunidade de melhorar a produção de alimentos globais usando os avanços nas ciências exatas e tecnologias de dados e computação, IA e robótica em particular.

Com esses novos recursos, as start-ups estão usando dados e computação em vários desafios do setor, criando softwares para lidar com conjuntos de dados grandes e complexos para acelerar a descoberta e o desenvolvimento de insumos, capacitar e orientar os agricultores no cultivo ou informar os agricultores e traders de commodities sobre demanda e oportunidades de mercado.

As startups focadas nesses recursos oferecem ferramentas para gerenciamento de produtividade e colheita que visam identificação de genes e substâncias que aumentam a resiliência das culturas, levar fertilizantes ambientalmente mais seguros e pesticidas mais eficazes utilizando big data e algoritmos sofisticados por meio de sistemas de detecção elaborados.  Outras empresas estão combinando drones com aprendizado de máquina e visão computacional. Também são desenvolvidas ferramentas que mantem os agricultores informados sobre o status atual de seus animais durante todo o processo de crescimento.

Dados e computação também estão se tornando particularmente importantes para os desafios de preservação e cadeia de suprimentos. As startups israelenses que visam esse hot spot, estão usando complexos combinações de dados históricos da agricultura e condições climáticas e demandas do mercado para fortalecer a comunicação entre produtores e comerciantes, adaptando suas plataformas a mercados emergentes. Esse modelo “Dados e Computação” está atraindo participação no setor por operadores não-AgriFood, incluindo seguradoras e bancos.

No que se refere a alternativas de fontes de alimentos, várias empresas israelenses estão na vanguarda desse processo e oferecem várias abordagens para substituir carne convencional. Treze startups oferecem produtos vegetarianos substitutos para pratos de carne e açúcar.

Fonte: Start Up Nation – Israel´s Agrifoof Tech Sector 2019 report e Israel Trade