Cientistas israelenses desenvolvem o futuro das telas flexíveis

Imagine uma tela eletrônica que tenha a aparência de papel e possa se conectar ao seu smartphone. Você pode mudar suas leituras mais longas e visualizações de vídeo para essa tela flexível, dobrá-la e colocá-la dentro da bolsa quando chegar à sua parada do metrô. Isso pode parecer ficção científica, mas os pesquisadores israelenses descobriram uma forma de desenvolver essas telas finas e flexíveis que você pode “amassar”, dobrar em quanto utiliza.

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Segundo sugere um novo estudo da Universidade de Tel Aviv, uma nova nanotecnologia de DNA poderia produzir uma estrutura que pode ser usada para fabricar telas ultrafinas flexíveis. A base da equipe da pesquisa são três moléculas que foram sintetizadas e posteriormente se autorreuniram em estruturas ordenadas. Essencialmente, a equipe construiu o backbone molecular de um monitor digital superdelgado e dobrável. Na área da biotecnologia, cientistas utilizam esses elementos básicos para desenvolver tecnologias inovadoras com propriedades não disponíveis para materiais inorgânicos, como plástico e metal.

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Isso ofereceria uma solução aos quase 2 bilhões de usuários de smartphones que não desejam ter o conteúdo que visualizam confinado a uma tela de bolso. É por isso que atualmente o tamanho das telas de smartphones torna difícil ler mais do que algumas centenas de palavras em um determinado momento ou assistir a vídeos sem a sensação de que você está em um carrinho de tilt-a-whirl dos parques de diversões Six Flags.

O número de pessoas que usam dispositivos móveis para visualizar conteúdo de mídia está em alta. De acordo com o Pew Research Center, 68% dos proprietários de smartphones usam seus aparelhos ocasionalmente para acompanhar novos acontecimentos, e 33% o fazem frequentemente. Além disso, segundo o YouTube, 50% de seus 4 bilhões de visualizações de vídeos por mês são realizados em um aparelho móvel.

As estruturas formadas pelos pesquisadores emitem luz em todas as cores, ao contrário de outros materiais fluorescentes que brilham apenas em uma cor específica. Além disso, foi observada a emissão de luz em resposta à voltagem elétrica – o que torna essa tecnologia uma perfeita candidata para as telas.

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Os pesquisadores da UTA, que recentemente publicaram suas descobertas na revista científica Nature Nanotechnology, atualmente estão construindo um protótipo da tela e negociam com fabricantes de eletrônicos de consumo essa tecnologia, que eles patentearam. “Nosso material é leve, orgânico e favorável ao meio ambiente”, disse Ehud Gazit, professor da UTA. “Ele é flexível e sua camada única emite a mesma gama de luz que hoje exige várias camadas.” Além disso, menos camadas são uma vantagem para os consumidores, diz ele. “Usando uma única camada, você pode minimizar dramaticamente os custos de produção, o que reduzirá os preços.”

De volta ao bom e velho display de jornal? 

É importante mencionar que essa tecnologia ainda está em seus estágios iniciais e que ainda não se sabe o preço dessas telas. Está claro, porém, que o desejo de consumir conteúdo em telas portáteis e grandes não desapareceu e que as preferências do consumidor tendem a apontar cada vez mais para as telas maiores.

Ironicamente, as pessoas parecem ser atraídas de volta ao velho display do tipo jornal – fino, flexível e capaz de ser dobrado. Agora, todas essas características estão se tornando digitais.

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Independentemente da flexibilidade, a tendência de ampliar as telas móveis já era evidente no ano passado. Acredita-se que as vendas das Apple e da Samsung (500 milhões de smartphones em 2014) foram impulsionadas pelas suas últimas variações de aparelhos baseadas em telas maiores em relação às versões passadas. A Apple, particularmente, notou essa tendência, lançando simultaneamente o seu iPhone 6 (tela de 4,7polegadas) e o iPhone 6 Plus (5,5 polegadas).

Embora esse segmento específico da indústria tecnologica mude diariamente, você estará lendo essa matéria em uma tela dobrável mais cedo que imagina!

Fonte: NoCamels