A cidade de Florianópolis é conhecida pela proliferação de startups que atendem outras empresas, um modelo de negócio conhecido como B2B. No marketing digital, a Resultados Digitais é o maior ícone da região. Mas negócios complementares à RD estão surgindo — inclusive alguns que nem foram fundados por aqui.
É o caso da Duda, fundada pelos israelenses Amir Glatt e Itai Sadan. A plataforma de criação de sites atende agências digitais e empreendimentos de software. A captação de uma rodada de investimento série C de 25 milhões de dólares, concretizada há dois meses pelo fundo americano Susquehanna Growth Equity, reavivou um sonho que começou há três anos: acelerar a expansão pela América Latina, especialmente no gigante mercado brasileiro.
Quem lidera a operação da Duda por aqui é Alessandra Sadan, vice-presidente para a América Latina do empreendimento israelense. “Após o investimento, resolvemos expandir nos mercados com maior demanda. O Brasil é um deles, porque as pessoas ainda procuram e não acham ferramentas de marketing digital. Mercados como os Estados Unidos já amadureceram essa transição e estão saturados”, diz Sadan.
A Duda vende para agências digitais e empresas de software como serviço (SaaS) uma plataforma de criação de sites. Esses empreendimentos oferecem os sites aos seus próprios clientes colocando suas marcas, e não a da Duda. Tal modelo de venda é conhecido como white label.
Sem clientes que tenham um site próprio, fica mais difícil oferecer soluções de marketing ou de software. Oferecer a criação de páginas online por meio da Duda faz agências e empresas de sistemas escalarem suas operações e aumentarem a taxa de retenção de clientes.
O maior competidor da Duda não é a conterrânea Wix, que oferece a criação de sites para consumidores finais, mas sim a plataforma WordPress, que opera tanto no B2C quanto no B2B.
Os clientes da Duda oferecem aos seus próprios clientes a montagem de sites otimizados para aparecer nas buscas, cumprindo requisitos de velocidade de carregamento da página, indexação de termos pesquisados e certificados de segurança.
A Duda se monetiza por meio de mensalidades cobradas das agências digitais e das empresas de software. O tíquete médio é de 11 a 13 dólares por site e por mês. Futuramente, a Duda cobrará sua mensalidade em moeda local para cada país da América Latina, incluindo o real brasileiro.
Os planos da Duda para o Brasil
A Duda viabilizou a criação de 14 milhões de sites desde 2009, sendo que de 15 a 20% deles estão no Brasil. A startup israelense atende 6.500 agências digitais. Por aqui, há nomes como Agência Parafuso, Future Marketing e UOL Host.
São três funcionários em Florianópolis no momento, mas a equipe deve dobrar a triplicar de tamanho nos próximos meses. As contratações vão para atendimento e suporte em espanhol e português. “O tamanho do mercado brasileiro fez o país se destacar como nossa base de operações na América Latina. Já Florianópolis foi a cidade brasileira escolhida por conta de seu ecossistema de marketing digital já instalado, crescendo mais do que em qualquer outra região da América Latina”, diz Sadan.
A Duda está com grandes ambições para a região: o plano é dobrar as receitas em 2020, na comparação com os resultados deste ano. O Brasil deve ser o país com maior crescimento percentual para a startup criada em Israel, mas cada vez mais próxima dos costumes de Florianópolis.