O Rio Grande do Sul pretende ampliar em até três vezes os negócios fechados com Israel depois da missão que realiza no Oriente Médio. Tanto otimismo, que atinge boa parte dos empresários gaúchos que estão no país, baseia-se em três motivos principais: tarifas atrativas, parcerias firmadas em outras missões e novos contatos comerciais.

É o que diz o presidente do Badesul, Marcelo Lopes. Responsável pelos negócios nas áreas de tecnologia, calçados e móveis, ele observa que o acordo que zera tarifas nas transações entre o Mercosul e Israel em diversos setores é o primeiro fator positivo. Segundo Lopes, o calçado de alto padrão entra no país do Oriente Médio com 12% a menos de taxa.

A segunda justificativa está nos resultados de outras missões. Depois de acompanhar Tarso Genro à Cuba, a Shoes Export, do Vale do Paranhana, exportou em apenas três meses o mesmo valor que havia exportado em um ano. É dessa participação em missões, aliás, que Lopes aponta o terceiro aspecto:

— Os empresários conquistam um nível de contato em um escalão que provavelmente não conseguiriam se viessem de forma isolada.

Tarso visitou empresas em dois kibbutz — colônias agrícolas cooperativadas —, que podem resultar em investimentos no Estado.

Em um deles, foi acertada a compra de 2,5 mil kits de irrigação para pequenas propriedades, que serão direcionados aos agricultores mais pobres. O secretário de Desenvolvimento Rural, Ivar Pavan, pediu a ajuda dos israelenses para a criação de uma escola de irrigação.

No outro, ficou acertado que empresários da Ginegar Polysack estarão em Vacaria, em junho, para analisar a oferta de uma área para a implantação de uma fábrica de telas agrícolas. A Braskem garantiu o fornecimento de matéria-prima.

No último dia do governador Tarso Genro em Israel, o destino foi Jerusalém, onde a agenda foi apenas política. Primeiro, foi recebido pelo vice primeiro-ministro Ofir Akunis no parlamento israelense, o Knesset. Depois, visitou o Ministério da Indústria, Comércio e Trabalho.

Antes de retornar a Tel-Aviv para um encontro com o escritor Amos Oz, Tarso passou também pelo Museu do Holocausto.