Novo scanner portátil ajuda a revelar ‘composição química’ de objetos.

Fabricantes dizem que aparelho, desenvolvido com quase US$ 1 milhão captados por crowdfunding, permite saber, por exemplo, se uma maçã tem agrotóxicos ou se joia não passa de bijuteria barata.

Uma startup israelense criou um dispositivo que revela instantaneamente a composição química de diferentes objetos, de comida a joias, passando por medicamentos e até mesmo plantas.

Na prática, isso permite saber, por exemplo, se uma maçã tem agrotóxicos ou se uma joia não passa de uma bijuteria barata.

Do tamanho de uma caixa de fósforos, o pequeno aparelho foi inventado pela empresa Consumer Physics, sediada em Tel-Aviv, que alega ter desenvolvido o primeiro espectrômetro (instrumento ótico usado para medir as propriedades da luz) molecular barato e de fácil acessibilidade do mundo.

O dispositivo se assemelha a um scanner de mão: o usuário aponta o equipamento em direção a um objeto, pressiona um botão que emite uma luz azul e, alguns segundos depois, obtém as informações sobre suas características moleculares.

Dror Sharon, co-fundador da Consumer Physics, diz acreditar que a invenção, batizada de SCiO, pode se tornar um ‘Google’ para o mundo físico, ou seja, uma maneira de buscar e descobrir instantaneamente a composição dos objetos ao nosso redor.

O SCiO custa US$ 199 (R$ 450) e foi revelado ao público pela primeira vez na semana passada. O projeto consumiu três anos de pesquisa e levantou mais de US$ 900 mil (R$ 2 milhões) na plataforma de crowdfounding (financiamento coletivo) Kickstarter – quatro vezes mais do que a meta inicial da companhia, de US$ 200 mil (R$ 450 mil) – em apenas 40 dias.

Hardware

celular1O lançamento do dispositivo retrata um fenômeno que especialistas já estão chamando de ‘renascimento do hardware’. Isso porque, depois de anos concentrando seus investimentos em start-ups de software, como aplicativos ou sistemas operacionais, os investidores parecem ter ‘redescoberto’ uma nova fonte de receitas: as fabricantes de hardware.

‘Montar uma start-up de hardware requer muito menos capital de giro e é muito menos arriscado’, diz Boris Wertz, investidor e dono do fundo de private equity Version One Ventures.

Segundo ele, a ascensão do processo de impressão 3-D, a universalidade dos smartphones e linhas de produção mais eficientes facilitaram a entrada de novos players no mercado – e sem a necessidade de investimentos vultosos.

Nessa semana, desenvolvedores novatos estão tendo a chance de expor seus produtos, na esperança de obter o dinheiro necessário para materializar seus sonhos – e, quem sabe, se tornar um novo Twitter ou Facebook.

A disputa pela atenção dos investidores ocorre na feira de tecnologia TechCrunch Disrupt, um dos maiores eventos do tipo dos Estados Unidos.

Dois dos finalistas da competição ‘Start-up Battlefield’, realizada durante o evento, são duas fabricantes de hardware: a Tango PC, que fabrica computadores com sistema operacional Windows do tamanho de smartphone usando ‘tecnologia espacial’ e a Mink, que desenvolve impressoras de maquiagem.

As estatísticas também comprovam o novo foco dos investidores. Segundo a Dow Jones VentureSource, mais de US$ 869 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) foram investidos em start-ups de hardware em 2013, praticamente o dobro dos US$ 422 milhões (R$ 940 milhões) aplicados em 2012.

Parte do que vem atraindo investidores como Wertz é que as fabricantes de hardware são agora capazes de exibir protótipos e arrecadam fundos para seus projetos via sites de crowdfunding (financiamento coletivo).

‘O crowdfunding se adequa perfeitamente à proposta das fabricantes de hardware’, diz Scott Miller, fundador da Dragon Innovation, que ajuda as companhias a levantar dinheiro para fabricar produtos, principalmente na China.

Fonte: G1