Polícia Civil de Joinville começa a usar programa utilizado nas investigações da Lava-Jato

A Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias (IGP) de Joinville começam a utilizar um dos programas usados durante o levantamento de dados e as investigações da Operação Lava-Jato. A ferramenta, fabricada por uma empresa israelense, trabalha na extração e cruzamento de informações. Doado pela iniciativa privada, a prioridade da aplicação da tecnologia será para investigar crimes relacionados para a pornografia infantil.

— Assinamos hoje o termo de recebimento da doação do Instituto Martinelli deste software e também o termo de acordo e cooperação técnica entre a Polícia Civil e o IGP — explica a delegada regional, Tânia Harada.

Com este termo de cooperação foi criado o primeiro laboratório de trabalho em conjunto entre PC e IGP do Estado. O laboratório fica ao lado da Divisão de Investigação Criminal (DIC), no prédio da rua prefeito Helmut Fallgatter, no bairro Boa Vista. Três policiais civis já estão em treinamento com uma equipe de peritos do IGP para a implantação da tecnologia.

Um computador de alto desempenho também deve ser recebido pela Civil nos próximos dias, para rodar o programa. Segundo a delegada, a intenção é que, até o final deste ano, os policiais comecem a usar o software, assim como os peritos do IGP também. O equipamento já é usado nas investigações de crimes em países como os Estados Unidos, por exemplo.

Tecnologia promete mais agilidade na investigação

O programa funciona combinando dados coletados e cruzando as informações. Os investigadores poderão ter acesso a recursos de inspeção de textos e imagens para analisar dados de mídias sociais de domínio público com dados de nuvem privada ou de mídias, mediante mandado.

Além disso, os policiais poderão acessar informações de dispositivos móveis, computadores e operadoras de celular, identificando imediatamente os indícios cruciais para uma investigação.

— A grande vantagem para a polícia é o tempo. Um trabalho de cruzamento de dados, por exemplo, poderia levar semana ou meses para ser feito. O software pode fazer em horas, utilizando a inteligência artificial para verificar a relação entre investigados — ressalta Tânia.

Com as informações coletadas, o software cria uma rede, podendo identificar o tipo de participação dos envolvidos nos crimes e até reconhecer lideranças de grupos criminosos. A delegada destaca que o equipamento será de grande importância, além de crimes relacionados à pornografia infantil, na apuração de crimes de tráfico de drogas, de organizações criminosas e homicídios.

Fonte:  NSC COMUNICAÇÃO