Primeiro país internacional a sediar o TEDMED, Israel se consolida como Nação Startup

O primeiro país a ter a honra de sediar oTEDMED (evento TED para assuntos de saúde e medicina) fora dos EUA foi Israel.

A conferência foi realizada na semana passada, concomitantemente à conferência anual em Washington DC.

TED, ou conferências de Tecnologia, Entretenimento e Design, consiste em palestras instigantes ministradas por pensadores renomados sobre tópicos inovadores, e leva o slogan “ideas worth spreading” (ideias que valem a pena espalhar). Milhões de pessoas no mundo todo assistem às palestras do TED sobre diversos assuntos.

Transmitido ao vivo para a conferência TEDMED em Washington, o TEDMED Israel contou com três palestrantes locais, escolhidos por suas inovações nas áreas de medicina e saúde, e compartilhou ao vivo alguns dos discursos da conferência dos EUA.

Uma visão compartilhada por dois irmãos

Quando Yaron Eliram, advogado por profissão, decidiu que queria trazer o TED para Israel, ele contou com a ajuda de seu irmão, o Dr. Eitan Eliram, assessor do Primeiro Ministro de Tecnologia e Novas Mídias, para fazer a coisa acontecer. Juntos, eles entraram em contato com a organização do TED e, em menos de dois meses, concluíram todos os preparatórios para a primeira conferência internacional TEDMED, cujo curador, Jay Walker, expressou seu reconhecimento pela comunidade médica de Israel.

Com os ventos a favor, os irmãos Eliram reservaram um local muito significativo para o evento, o moderno Centro Peres para a Paz, e confirmaram a presença de inúmeros palestrantes de renome para impressionar a audiência global. Embora a conferência TEDMED EUA dure três dias e meio, a TEDMED Israel durou apenas três horas, mas a variedade de tópicos foi ainda surpreendente.

Sabendo brincar com nosso DNA

Dois dos palestrantes – Omri Drory, da Genome Compiler Corporation, e o Dr. Ido Bachelet, do Instituto de Nanotecnologia e Materiais Avançados da Universidade Bar-Ilan – falaram dos usos revolucionários de nosso código genético que estão moldando o futuro da medicina.

Segundo Drory, a Genome Compiler Corporation “democratiza a criação” permitindo que os biólogos escrevam suas próprias sequências de DNA. Para quem não sabe, o DNA é uma molécula que contém nosso código genético e pode ser organizada em sequências infinitas de quatro letras: G, A, T e C. Quando essas letras são organizadas em sequências diferentes, elas podem produzir ou enfraquecer certos traços num organismo. Isso se chama “escrever” DNA.

A Genome Compiler que Drory apresentou no TEDMED é basicamente uma startup que desenvolve DNAs. O software da Genome Compiler está disponível on-line para qualquer um usar (embora seja importante ter experiência, pois brincar com DNA pode ser perigoso) e permite que o usuário crie e encomende fisicamente a sequência de DNA que deseja. Assim os biólogos podem brincar com os DNAs e criar todos os tipos de formas, sabores, cores, odores e até mesmo efeitos. Embora os usos de um programa desse tipo só possam ser plenamente compreendidos por biólogos experientes, Drory falou de uma série de competições internacionais de compilação de DNA, como a iGem, em que os alunos concorrem pelos feitos mais originais em engenharia biológica.

Criando “médicos microscópicos” que nadam pelo corpo

A palestra do Dr. Bachelet não foi menos reveladora. Ele discutiu a criação de nanorrobôs a partir de sequências de DNA que podem ser injetados na corrente sanguínea.  Sendo pai de uma paciente crônica, o Dr. Bachelet sentiu a necessidade de criar um robô biológico que ajudasse sua filha no processo de cura. Para evitar a experiência dolorosa de ser constantemente ligada a máquinas, o Dr. Bachelet e sua equipe REBIT criaram um nanorrobô a partir de uma sequência de DNA que pode ser injetado no paciente para que ele faça seu trabalho.

O Dr. Bachelet encomendou uma sequência de DNA em um site como o da Genome Compiler e começou a fazer ajustes para que ele agisse como um robô microscópico que pode ser ligado e desligado conforme a necessidade. Além de esses robôs poderem ser controlados por gestos da mão, o Dr. Bachelet está trabalhando para torná-los autodestrutíveis depois de terem realizado sua função na corrente sanguínea. Embora seu projeto ainda esteja em fase de desenvolvimento e precise ser testado com segurança em seres humanos, os seus experimentos – e os de Drory – na área da nanotecnologia parecem refletir o futuro da medicina.

Fonte: NoCamels; itrade.gov.il