Projeto do Instituto Weizmann busca prever doenças antes que elas apareçam em pacientes

Modernos laboratórios do Instituto Weizmann - bx

Pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências iniciaram um estudo clínico para tentar prever doenças antes que elas apareçam em pacientes.

O “Projeto 10K”, liderado pelo Prof. Eran Segal e sua equipe dos Departamentos de Ciência da Computação e Matemática Aplicada e Biologia Celular Molecular, tem como objetivo usar a inteligência artificial para gerar previsões personalizadas de fatores de risco de doenças.

A equipe da Prof. Eran Segal já publicou um importante trabalho na Revista Nature dos resultados de uma extensa análise estatística de dados de mais de 1000 indivíduos com diferentes background genéticos, o que permitiu identificar o peso da genética e da microbiota (bactérias intestinais) nos fatores de risco para várias doenças. Uma combinação detestes médicos inovadores e técnicas avançadas de inteligência artificial para descobrir características pessoais que podem ajudar a prever futuras condições médicas muito antes de elas surgirem. O objetivo é desenvolver métodos que evitem essas situações e melhorem a qualidade de vida e a longevidade.

Os pesquisadores irão monitorar um grupo de indivíduos ao longo do tempo e analisar os dados resultantes para encontrar uma conexão ou relação entre a exposição a certos fatores e o aparecimento da doença. Os participantes não pagarão nada pelo serviço e a confidencialidade médica será estritamente observada.

Além dos questionários e exames de sangue que serão realizados em cada comunidade, a equipe também realizará uma série de testes no Instituto Weizmann, que incluirá, entre outras coisas, coleta de amostras de sangue para caracterização genética, coleta fecal para caracterizar a composição da população intestinal e determinação de medidas corporais, como percentagem de gordura.

O laboratório também armazenará uma amostra do sangue dos pacientes em um congelador robótico avançado, para que eles possam realizar testes futuros sem exigir que os participantes retornem. Os técnicos também irão conectá-los ao sensor que medirá o açúcar no sangue durante um período de duas semanas e fornecerá a eles um aplicativo para smartphone que permitirá gravar facilmente suas refeições durante esse período.

A equipe enviará a cada participante os resultados dos testes, como o genoma, os níveis de açúcar em resposta à ingestão de diferentes alimentos e a composição de seu microbioma (bactérias intestinais). Além disso, o projeto 10K oferece acesso a informações relacionadas à saúde. “Com base nessa caracterização, acreditamos que, no futuro, será possível desenvolver métodos que melhorem a capacidade de prever em nível pessoal várias doenças anos antes de serem descobertas”, explicou Segal.

O Instituto Weizmann de Ciências é um dos principais institutos de pesquisa científica do mundo em ciências naturais e ciências exatas, com uma equipe multidisciplinar de cientistas e pesquisadores combinando inovações em medicina, biologia e ciência da computação.