Tecnologia de painéis solares para cobrir edifícios, sem impedir a passagem de luz, é criada por israelenses.

Você sabia que edifícios consomem 40% de toda a eletricidade gerada?

O engenheiro israelense Oren Aharon surpreendeu-se ao se deparar com esses números e se propôs a encontrar uma solução, uma vez que Israel caminha em direção à implementação de metas “verdes” para os próximos anos.

Após três anos de pesquisa e desenvolvimento, surgiu a SolarOr: painéis solares que envolvem edifícios em uma espécie de sistema de “cortina”.

“Notei que muitos edifícios, especialmente em Tel Aviv, possuem enormes fachadas de vidro e me pareceu ideal usar essas fachadas para gerar energia”, disse Aharon à Israel21c.

Um sistema cortina é um revestimento não estrutural composto por camadas vidro-ar-vidro, que protegem o edifício dos estragos causados pelo sol, chuva e vento, ao mesmo tempo em que permite a passagem de luz natural.  A eletricidade gerada pelo sol é levada ao edifício por meio de fios que vão dos painéis à estrutura do prédio.

“Inventamos a Célula Fotovoltaica Integrada ao Edifício ou BIPV – do inglês, building-integrated photovoltaic -, que é inserida na camada de ar, entre as camadas de vidro, de tal maneira que produza uma grande quantidade de energia e ainda permita que cerca de 30% da luz visível penetrasse no edifício,” observou Aharon. Além disso, os painéis BIPV também fornecem isolamento térmico.

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“Em cada andar, a saída de corrente contínua é convertida para corrente alternada”, explica Aharon. “Nesse estágio, você pode usar a energia no edifício ou vendê-la para uma companhia de eletricidade”. Há, ainda, a liberdade de decidir a extensão da cortina ao redor do edifício que incluiria a tecnologia SolarOr, já que os painéis para a captação de energia não seriam necessários em toda a fachada.

Aharon sabia que, não importando o quão engenhosa fosse a sua invenção, os arquitetos não a usariam se não fosse esteticamente atrativa. “Encontramos um material plástico que se parecia com uma colmeia, com cores bonitas devido às células solares integradas na estrutura”, Aharon comenta.

Expectativa para o início da produção

A SolarOr, situada em Nesher, próximo ao Instituto Israelense de Tecnologia Technion, está buscando financiamento para iniciar a produção dos painéis no Kibbutz Magen, no sul de Israel.

“Várias partes do mundo têm interesse. A China e outros países estão aguardando para efetuar o pedido” Aharon diz. “Inscrevemo-nos para o registro de patentes em diversos países do mundo e fomos aprovados na China, no México e em Israel. A tecnologia está aguardando a aprovação da patente nos Estados Unidos e em outros países”.

“O preço esperado será de 300 dólares por metro quadrado e cada painel medirá cerca de dois por três metros. Esse é um investimento de produção em massa e precisamos de capital substancial”, conta Aharon, que, no passado, trabalhou para a Rafael Advanced Defense Systems.

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“Para mim, iniciar a SolarOr foi, de certa forma, retornar às origens, visto que, quando eu era um estudante no começo da década de 80, trabalhava como assistente do Ministro da Energia”, ele observa.

Michal Bitterman, presidente e membro fundadora do Conselho de Edifícios Verdes de Israel, contou à Israel21c que o conceito da SolarOr vai ao encontro do objetivo de promover uma abordagem de projeto integrado que otimize design passivo e tecnologia para a conservação, eficiência e produção de energia.

“A tecnologia solar é crucial para edifícios ‘verdes’ em Israel e para a geração de energia como um todo. Contudo, muitas dessas tecnologias ainda estão em fase de desenvolvimento e não alcançaram uma utilização e desempenho otimizados. É absurdo o quão pouco essas tecnologias estão sendo usadas em um país como o nosso, abençoado pelo maior recurso natural – o sol”. Ela define a SolarOr como “uma excelente ideia, mais apropriada para arranha-céus com uma pequena área de cobertura, que possuam paredes acessórias que possam atuar como produtoras de eletricidade. Mais pesquisa e desenvolvimento ajudariam essa tecnologia a se tornar mais efetiva em termos de tecnologia de larga escala”.

Bitterman diz que é essencial ser um defensor do avanço da SolarOr e de outras tecnologias de energia solar para promover a sua integração na prática e conclui que “desta maneira, elas poderiam ser testadas e avaliadas a partir de experiências reais de uso”.

Clique aqui e veja o vídeo demonstrativo, SolarOr.

Fonte: Itrade