Ultrassom 4D e holografia: o futuro da saúde está nas mãos da tecnologia

Para alguns, é estranho o tempo que leva para alguém se formar em medicina. Os futuros médicos precisam passar por um dos cursos mais extensos de nível superior e encarar anos de residência antes de se tornarem profissionais plenos. Não poderia ser diferente, já que é preciso conhecer tudo sobre o corpo humano, saber analisar um número gigantesco de sintomas e, claro, desvendar imagens de uma infinidade de exames. Porém, será que a tecnologia não poderia ajudar em alguns desses quesitos? A resposta: um sonoro “sim!”.

Descobrir o que há de errado em um paciente através de um raio-X, por exemplo, é uma tarefa desgastante para muito doutores, podendo render resultados imprecisos dependendo do problema sendo investigado. Além disso, a técnica só pode ser usada por períodos curtos de tempo, por conta da radiação envolvida no processo. De olho nisso, a GE investiu em uma tecnologia baseada na ultrassonografia que pode reproduzir em 3D pedaços e detalhes de nossos órgãos internos de uma forma muito mais apurada visualmente.

Em um primeiro momento, o recurso parece muito semelhante ao que é oferecido comumente em consultórios de obstetras, que permite à gestante – e também ao parceiro curioso – observar um modelo tridimensional do bebê ainda na barriga. Porém, como a ferramenta desenvolvida pela General Electric tem foco nas necessidades dos médicos, o algoritmo de renderização das imagens é completamente diferente, trabalhando muito mais a precisão na visualização de veias e tecidos do que a reprodução fiel do rosto de um novo filho caçula.

Para cuidar do processamento dessas imagens, a empresa criou o software cSound, que analisa quase 5 GB de dados por segundo para gerar modelos 3D de pedaços do nosso corpo. Uma das grandes aplicações para esse tipo de tecnologia é no segmento de cardiologia, já que é possível aplicar cores diferentes a cada região do coração, possibilitando a especialistas da área conferirem o efeito que válvulas entupidas têm no fluxo sanguíneo e até mesmo observarem o que pode estar causando eventuais falhas no batimento cardíaco do paciente.

Se desfazendo de limitações

Pode-se ter uma prévia do material gerado pelas chamadas máquinas de ultrassom cardiovascular 4D no vídeo colocado no início da matéria, que deixa claro o nível de detalhes que pode ser obtido com esse tipo de equipamento. Por não utilizar nenhum tipo de radiação na hora de escanear o corpo da pessoa, são jogadas para o escanteio qualquer limitação no tempo de uso desse tipo de análise. Claro que isso abre a porta para a integração com outras funções badaladas do mercado de tecnologia, como é o caso da holografia.

Fique tranquilo, não estamos falando de algo retirado de um filme ou livro de ficção científica, mas sim de algo que já existe e está sendo testado enquanto você lê essa notícia. Conforme foi exibido pelo Fantástico no último domingo (12), uma equipe israelense formada por médicos, designers e físicos dedicou sete anos de trabalho a um projeto que tem um objetivo nobre: criar a reprodução fiel de um coração humano. A diferença, nesse caso, é que a visualização é ainda mais realista ao se apoiar no uso de hologramas para exibir o órgão.

Segundo Aviad Kaufman, diretor presidente da empreitada, a projeção é feita para o médico a partir dos dados captados por uma máquina de ultrassom – de forma similar ao que foi planejado pela GE. A vantagem da tecnologia de realidade aumentada é que o médico pode analisar o modelo 3D de todos os ângulos, além de rotacionar ou ampliar a imagem para avaliar melhor a situação antes de uma operação delicada. “Fizemos os primeiros testes com pacientes num hospital daqui de Israel, e foi um sucesso”, afirma Kaufman.

O uso de holografia e realidade aumentada já é algo bastante palpável e que parece pavimentar o futuro nos segmentos de entretenimento e jogos, com o grande destaque ficando atualmente nas mãos do aguardado HoloLens da Microsoft. Agora, tomando forma no campo da saúde, esses tipos de ferramenta ganham uma importância ainda maior aos olhos de investidores e pesquisadores. E aí, será que vai demorar até tudo isso se popularizar? E em terras brasileiras?