Vídeo permite aulas de tênis com replays das jogadas.

Sistema grava imagens por meio de cinco câmeras estrategicamente posicionadas e depois as divide para análise instantânea.

Os jogadores profissionais de tênis que competem em torneios Grand Slam podem recorrer ao sistema de câmeras Hawk-Eye (Olho de Águia, em tradução livre) para rever instantaneamente até quatro lances controvertidos por set.

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Agora, um sistema ainda mais avançado da startup israelense PlaySight Interactive está ajudando os tenistas amadores – e pode transformar o ensino do tênis como conhecemos hoje.

Desenvolvido por ex-engenheiros da Força Aérea Israelense e aprovado por Novak Djokovic e Billie Jean King, o PlaySight grava imagens por meio de cinco câmeras estrategicamente posicionadas e depois as divide para análise instantânea, reportará a Bloomberg Pursuits em sua edição do último trimestre de 2014.

“Há muitas semelhanças entre pilotos e jogadores de tênis”, diz o CEO da PlaySight, Chen Shachar, que em maio levantou US$ 3,5 milhões de um grupo de investidores que incluía Bill Ackman, CEO da Pershing Square Capital Management, e Mark Ein, CEO da Venturehouse Group.

“Em ambas as atividades, os indivíduos operam sem instrução por longos períodos de tempo sob pressão física e mental”.

Assim como um simulador de voo, o PlaySight usa um software de autoetiquetagem para monitorar toda “decisão baseada em eventos” – ou a raquetada, no tênis. Você quer rever todos os backhands down the line (golpe na paralela, rente à linha)? Tudo bem.

O software reconhece todos os lances desse tipo, os identifica e os disponibiliza para que sejam revistos em um quiosque ao lado da quadra, onde você pode aplicar zoom, assistir em câmera lenta ou alternar entre os ângulos de câmera.

E como o PlaySight sobe e armazena esse vídeo automaticamente na nuvem, você pode rever seus feitos em um smartphone, tablet ou PC em seu tempo livre.

Aulas com vídeo

Qual é a utilidade de toda essa filmagem para o jogador amador médio?

“Eu parei de falar durante as aulas”, diz Gilad Bloom, treinador e ex-jogador do Top 100 da Associação de Tenistas Profissionais que recentemente instalou o sistema no The Club of Riverdale, no Bronx, Nova York, uma das 50 ou mais instalações em que o PlaySight está conectado até agora.

“Eu deixo eles devolverem algumas bolas e depois nós vamos ver na tela. Eles dizem, ‘eu não estou dobrando os joelhos’. Eu digo a eles, ‘eu sei, faz três anos que eu te falo isso!’”.

Janet Balakian, sócia-fundadora da Third Coast Capital de Tenafly, Nova Jersey, começou a jogar tênis no Bogota Racquet Club, perto da empresa, no ano passado. Quando seu clube instalou o PlaySight, ela notou a diferença imediatamente.

“Outro dia meu instrutor me disse que eu estava movendo a cabeça da raquete”, diz ela. “Eu corrigi isso depois de ver no monitor e no resto do dia eu fiz um backhand mais bonito”.

Shachar estima que sua empresa instalará 100 sistemas nos EUA neste ano, por cerca de US$ 10.000 cada; a expansão internacional começará para valer no ano que vem.

Stefan Edberg, ex-número 1 do mundo, foi um dos primeiros a comprar o sistema para seu instituto de tênis sueco, o Ready Play. O estádio Roland Garros (casa do Aberto da França) e o ilustre Queen’s Club, em Londres, também fizeram pedidos.

O PlaySight também é o único serviço que monitora a velocidade de cada tiro, sua altura sobre a rede e sua profundidade. Uma atualização do software, programada para o fim deste ano, permitirá que o sistema monitore os giros da bola por minuto.

Em tese, isso significa que os jogadores poderão comparar diferentes raquetes e até seus padrões de encordoamento para ver como elas afetam o giro.

É óbvio que o fato de os jogadores terem acesso às informações fornecidas pelo PlaySight não significa que eles, de uma hora para outra, realizarão saques a 193 quilômetros por hora no canto da área de serviço.

“Mas quando você vê onde a bola aterrissa”, diz Bloom, “você pode trabalhar suas fraquezas e tentar melhorar suas porcentagens. Um dos aspectos mais chatos da prática se torna divertido”.

Clique aqui para assistir ao vídeo: PlaySight SmartCourt

Fonte: Exame.